Ano passado, no comecinho de Agosto, quando comecei a namorar com o Ne (Pedro), falava insistentemente que tinha saudades de ter um cachorro, que queria muito um cachorrinho com aquele bafo de leitinho que os filhotes tem e etc. Lá pra metade do mês, em um final de semana que tínhamos combinado de sair com um casal (Ariel e Cíntia) de amigos, estávamos a espera deles no meu apartamento. Como o Ariel é famoso por seus atrasos acabamos dormindo. Acordamos uma hora depois com o interfone: eram eles. Subiram, conversamos um pouco e eu decidi que não sairia mais porque estava com muito sono. Eles foram sem mim. Dez minutos depois voltaram. Na frente entrou o Ne, logo atrás a Cíntia com uma bolinha de pelos preta, e por fim o Ariel. Era a Juanita. Fiquei muito feliz! Meu sono passou, eles saíram e eu fiquei ali com aquela bolinha, brincando como uma criança. Eles a acharam no estacionamento do meu condomínio, avisamos o segurança e ninguém se pronunciou até hoje. Ela era toda fofinha, explorou a casa, me mordeu com dentinhos afiados e acabou dormindo no meu colo. Antes do Ne voltar, fiquei procurando nomes na internet. Quando o Ne voltou, decidimos que eu não podia ficar com ela, pois já havia cogitado a ideia de um gato ou um cão e meus pais não gostaram nada (apesar de eu morar sozinha, mas eles é que pagariam as despesas). Então apostamos que o pai do Ne ficaria com a cachorrinha. Pedido negado. Foi decidido que a doaríamos e dias depois a Cíntia ligou dizendo que a mãe dela queria a cachorrinha. Em cinco minutos tive que decidir se a doaríamos ou não. Já estava com ela há pouco mais de uma semana e tinha me apegado. Eu, que sempre amei animais de qualquer tipo, segurei as lágrimas e disse “NÃO! Ficaremos com ela. Eu e você. Vamos dividi-la, fica comigo e com você, não vamos ter problemas”. Negamos o pedido da mãe da Cíntia e assumimos uma responsabilidade permanente. Mudamos vidas. Nasceu naquele momento uma amizade eterna. Quando estávamos decidindo o nome Ne queria Colina, eu votei por Juanita, e Juanita ficou.